Galeria LAR, Lagos / Qui 31 OUT 21h30 CINEMA / 2018 / 114' / M12 / Entrada Livre
Esta noite, os espíritos e as cobras ainda não apareceram. A floresta ao redor da aldeia está calma. Ihjãc, quinze anos, tem pesadelos desde que perdeu o pai. Ele é um índio Krahô, do Norte do Brasil. Ihjãc avança na escuridão com o corpo suado. Uma voz distante ecoa por entre as palmeiras. A voz do pai chama-o, junto à cascata: chegou o momento de preparar a sua festa de fim de luto para que o espírito possa partir para a aldeia dos mortos.
Rejeitando o seu dever e para escapar do processo de se transformar em xamã, Ihjãc foge para a cidade de Itacajá. Longe do seu povo e da sua cultura, vai enfrentar a realidade de ser um indígena no Brasil contemporâneo.
O filme recebeu o prémio Especial do Júri na secção Un Certain Regard no Festival de Cannes 2018.
João Salaviza nasceu em Lisboa, 1984. Formado pela Escola Superior de Teatro e Cinema (ESTC) e pela Universidad del Cine – Buenos Aires. A sua primeira longa-metragem, Montanha, estreou no Venice Film Festival -Critic’s Week 2015. Criada no seguimento da trilogia de curtas-metragens: Rafa (Berlinale Golden Bear 2012), Arena (Palme d’Or at the Festival de Cannes 2009) e Cerro Negro. Nos últimos anos voltou à Berlinale com a curta Altas Cidades de Ossadas e Russa.
Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos, co-realizado com Renée Nader Messora, é a sua segunda longa-metragem.
Renée Nader Messora nasceu em S. Paulo em 1979. É formada em Cinematografia na Universidad del Cine – Buenos Aires. Trabalhou durante quinze anos como assistente de realização no Brasil, Argentina e Portugal. Em 2009, Renée Nader Messora conheceu o povo indígena de Krahô. Desde então trabalha com a comunidade, participando na mobilização de um colectivo local de cineastas Krahô. O trabalho deste colectivo foca-se no uso do cinema como ferramenta para auto-determinação e fortalecimento da identidade cultural.
Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos é a sua primeira longa-metragem.