© Direitos Reservados

LUÍSA CUNHA – É Aqui! + You

Duas instalações sonoras de interpelação pública de Luísa Cunha (Lisboa, 1949), uma das artistas mais singulares e inovadoras do contexto artístico português.
Revelada na década de 90, a sua obra tem-se desenvolvido em diferentes media, como a escultura, o som, a fotografia e o vídeo, mas partindo sempre de enunciados linguísticos.
A obra de Luísa Cunha está representada nas seguintes colecções em Portugal: Ministério da Cultura; Caixa Geral de Depósitos; Fundação de Serralves; Fundação Calouste Gulbenkian; Museu das Comunicações; Fundação PLMJ e em várias colecções privadas. Artista representada pela galeria Miguel Nabinho em Lisboa.

Um altifalante está pendurado numa parede a aproximadamente 1,70m de altura. O cabo de áudio está preso verticalmente na parede. O altifalante emite uma voz que reproduz um texto com uma entoação plena de alegria e de sucesso.
A obra É AQUI! (2010) de Luisa Cunha pressupõe um prévio itinerário de procura de um lugar preciso (‘topos’) e cujo momento de localização é confirmado num tom de regozijo que nos é familiar: a ansiedade provocada pela movimentação no desconhecido, termina finalmente, com a identificação do lugar procurado.
Mas, o que acontece nesta obra – e que é um processo recorrente / constante na obra de Luisa Cunha – é que a indicação topográfica “É aqui!” carece de contextualização geográfica e temporal.
É AQUI! limita-se, assim e aparentemente, a situar-se apenas no domínio verbal.

Um altifalante é suspenso numa parede / fachada a aproximadamente 1, 70m do chão / pavimento. O altifalante emite uma voz reproduzindo um texto em Inglês. Entre cada frase há uma pausa e o texto completo corre em ‘loop’.
Na instalação sonora YOU de Luísa Cunha, o título aponta para um ‘outro’ ou ‘outros’, numa interacção verbal com um ‘eu’ que também pode ser considerado plural.
Esta interacção consiste em vários enunciados linguísticos expressos através de perguntas, de exclamações, de constatações aparentemente suspensas ou despropositadas, até absurdas. No entanto, o universo por detrás desses enunciados é reconhecível pelo espectador.
O espectador ao reconhecê-lo, localiza o seu conteúdo e invoca memórias que o completam.