Editorial VA 2023

O Festival Verão Azul realiza, em 2023, a sua 11ª Edição, com 8 dias de programação desenhada para as cidades de Lagos e Loulé – prosseguindo a missão activa de discutir a contemporaneidade através do experimentalismo nas artes visuais e performativas do panorama nacional e internacional.

Estando presente no território há 13 anos, procura renovar-se sem esquecer o propósito da sua criação, continuando a investir de uma maneira eclética na descentralização da apresentação de obras artísticas.

Marcado por uma curadoria com base na resistência e na miscigenação da paisagem cultural actual, apresenta um programa que integra objectos artísticos transgressores, numa escuta atenta às necessidades das novas camadas geracionais e sugerindo conceitos híbridos de transgressão/disrupção, contemplação e imersão.

Após a estreita e cúmplice colaboração de 4 anos com Catarina Saraiva como co-programadora, e com o intuito de potenciar novas ideias e formas de ver e estar no mundo, o Verão Azul convidou, Daniel Matos – jovem performer, bailarino e coreógrafo nascido em Lagos – para desenhar, em conjunto com Ana Borralho & João Galante, a programação deste quadriénio de Festival.

Tendo como ponto de partida o som e a sua relação com o corpo e o espaço, perspectivou-se uma colecção de artistas (consagrados e emergentes) que actuam principalmente na área dos cruzamentos disciplinares e dos novos-media, propondo quebrar os limites de realidades normativas, na intimidade de nichos que se revelam cada vez mais globais, escolhendo obras que flutuam entre a performance, as artes visuais e o vídeo-jogo, passando por concertos de fusão pop-electrónica, afro beat, post hardcore e metal.

Abre-se ainda espaço a uma parceria com o projecto Performing Identity Erasmus+ – no âmbito da formação para profissionais – através do desenvolvimento de um grupo de crítica e workshop pensados para um grupo de 17 estudantes provenientes da Irlanda, Bruxelas e Polónia, instigando novos olhares sobre o tema: identidades colectivas.

A programação centra-se então numa zona de procura pelo intermédio, onde se continua a aprender a ser uma minoria da maior forma possível.