© Patrícia Almeida

RUI CATALÃO – Ciclo de Conferências: A Grande Dívida

A SAGRAÇÃO DA PRIMAVERA ESCONDIDA
TEMPO – Teatro Municipal de Portimão
Sex 24 OUT, 19h00

A EXAUSTÃO DA CONFIANÇA
Galeria LAR
Sáb 25 OUT, 18h30

A Grande Dívida é um ciclo de conferências em que as mais improváveis formas de endividamento são abordadas. É uma paródia aos estudos performativos, com um artista de palco no lugar do conferencista: cada tema é apresentado e desenvolvido, há uma conclusão e uma sessão de perguntas & respostas. É uma série de actos performativos em que fenómenos diversos da vida contemporâ-nea são analisados, recorrendo a referências mais antigas.
É teatro sem aparato cénico: apenas ideias, o prazer de contar histórias, de explorar as diversas dimensões do corpo humano, de explorar teorias e de usar a memória para reflectir sobre o presente como se apresenta.

O título paródico Ciclo de Conferências: A Grande Dívida, resulta da vontade em realizar um ciclo de peças rápidas, com meios mínimos, tendo como objectivo o acto de contar histórias e de promover o diálogo com o público, explorando as dimensões que se escondem na vida dos corpos. O mote destas peças é a urgência de abordar temas que nos ajudem a superar o sentimento de impotência perante fenómenos da contemporaneidade, à luz de referências que nos ponham em diálogo com a história e com uma perspectiva firme sobre o futuro.
Aquilo que é entendido por uma conferência torna-se um cavalo de Tróia para surpreender o público com uma série de intromissões, explosões e transgressões ocorridas na vida do corpo. Há uma dança do corpo sentado, uma sit-dancing, que ilustra, desvia e desconcerta o sentido da conferência propriamente dita, ao mesmo tempo que se alimenta da vida dos corpos na audiência (nos seus gestos, expressões e reacções).


A SAGRAÇÃO DA PRIMAVERA ESCONDIDA
Em 2011 trabalhei em Serralves com um grupo de bailarinos adolescentes numa escola profissional (Balleteatro, Porto). É o ponto de partida para uma reflexão sobre A Sagração da Primavera de Stravinsky, e a juventude a engendrar uma nova cultura do corpo.

A EXAUSTÃO DA CONFIANÇA
Uma reflexão sobre a desagregação da solidariedade social, e da própria vida em comum, a partir do momento em que deixamos de estar em contacto com os corpos anónimos com quem nos relacionamos através da net.


Um trabalho de: Rui Catalão
Assistência técnica: Urândia Aragão
Produção: Tânia Guerreiro – Produções Independentes
Apoio: Fundação Calouste Gulbenkian


RUI CATALÃO (Cacém, 1971)
Usando a autobiografia e a história dos lugares onde vivi enquanto ferramentas para criar ficções, o meu trabalho ronda as zonas de fronteira entre espaço privado e público, os temas da memória, do acaso, da fragilidade e da transparência, da manipulação e de como o acto de contar histórias altera a percepção de um corpo.
Autor e intérprete dos solos Canções i comentários (2014), Dentro das palavras (2010), Av. Dos Bons Amigos (2013), em 2012 estreei Melodrama para 2 atores & um fantasma e Manifesto de Goya, todos apresentados no Teatro Maria Matos. Fiz ainda o solo Auto-retrato assistido de Constantin Brancushi (Galeria Appleton Square), as peças de grupo Elogio da classe política portuguesa (2004); Domados, ou não (2011), com os alunos da escola Balleteatro – Fundação Serralves).
Na Roménia, apresentei Atît de frageda (2006) e Follow that summer (2008), e as séries de improvisação Acum totsi împreuna e Rui (2008-2009, Centrul National al Dansului Bucuresti). Trabalhei em peças de Ana Borralho e João Galante, João Fiadeiro, Miguel Pereira, Manuel Pelmus, Brynjar Bandlien, Madalina Dan, Mihaela Dancs e Edi Gabia (com quem apresentei How to become invisible no Festival de Avignon, 2011).
Escrevi os argumentos cinematográficos O capacete dourado (Jorge Cramez) e Morrer como um homem (João Pedro Rodrigues); e fui actor em A cara que mereces (Miguel Gomes).
Escrevi a peça Ester para o programa de teatro juvenil Panos 2013, da Culturgest; organizei o livro Anne Teresa De Keersmaeker em Lisboa (INCM) e Ingredientes do Mundo Perfeito, sobre Tiago Rodrigues.
Nos anos 90 fui jornalista do Público.